Prótese mamária e linfoma associado foi um assunto muito comentado nos últimos meses, pois a FDA, agência reguladora de medicamentos e dispositivos médicos nos Estados Unidos lançou uma nota dizendo que alguns implantes de silicone aumentam o risco de ” linfoma anaplásico de grandes células”, ou seja, um tipo raro de câncer que afeta as defesas do organismo.
Primeiramente, é preciso explicar que esse não é um câncer de mama, porém se trata de um outro tipo que não está presente somente nos implantes mamários, mas sim, em marca-passos, próteses ortopédicas, implantes dentários e outras situações que sofreram traumas locais.
No mundo, mais de 15 milhões de mulheres usam prótese de silicone e ao longo desse tempo, foi se observando alguns episódios desse tipo de câncer entre as usuárias com silicone texturizado.
Mas afinal, o que é o silicone texturizado?
O Silicone texturizado nada mais é do que próteses preenchidas com uma solução salina e silicone BIOCELL.
Mas, o que foi percebido é que de 573 diagnósticos no mundo de linfoma decorrentes da prótese, 481 casos foram associados a uma marca somente, que é da ” Allergan”, e as demais marcas são desconhecidas.
É importante lembrar que o marcador específico para a doença só considerou positivo para o linfoma ligado a prótese mamária 215 casos e os outros não foram fechados o diagnóstico.
A marca Allergan tem uma postura bastante preventiva e está recolhendo as próteses citadas do mercado.
A prótese mamária e o linfoma associado é uma condição extremamente rara, tanto a FDA como a Sociedade Brasileira de Mastologia orientam as mulheres a não removerem a prótese, pois não existe motivos para pânico.
No mundo inteiro, foram diagnosticados 573 casos de linfoma derivado da prótese, enquanto que só no Brasil, teremos mais de 30 mil casos de câncer de mama só no ano de 2019.
Portanto, as chances de adquirir um linfoma anaplásico de grandes células é menor que 0,05%.
O papel do cirurgião é orientar seus pacientes, inclusive, existe uma observação no termo de consentimento sobre esse tipo de câncer, que pode estar relacionado a cápsula que fica ao redor da prótese.
Não há razões para alarde, pois além dos casos serem raros, o relatório do FDA ainda deixa alguns viés para geração de dúvidas com relação ao número exato de pacientes que tiveram o linfoma associado a prótese mamária.
É importante salientar que essa questão sempre recebeu atenção especial dos órgãos competentes, sendo assim, os pacientes podem ficar tranquilos e não precisam remover as próteses, salvo exceções para pacientes sintomáticos.
As mulheres devem manter os cuidados habituais de acompanhamento da prótese e da mama conforme orientação médica.
Todas as pacientes que realizam implantes de silicone devem guardar os dados da prótese, pois esses podem ser solicitados em alguma situação.
A recomendação de órgãos como FDA e a Associação Brasileira de Mastologia é de procurar o médico cirurgião caso sinta esses sintomas:
Vale lembrar que dores e seromas nem sempre são sinônimo de câncer, eles são comuns em cirurgias plásticas , por isso, é importante avaliar.
Diante dessas situações, o especialista vai orientar um exame radiológico, ultrassom ou outro exame de imagem para monitoramento.
As pacientes podem ficar tranquilas, pois existe um acompanhamento sobre o assunto e quando surgirem mais informações, elas serão previamente divulgadas.
As chances de cura são bastante positivas, elas ultrapassam a 90%. Geralmente, é possível reverter problema somente com a retirada do implante, sem que haja necessidade de fazer quimioterapia ou outros procedimentos.
Mas, a avaliação deve ser feita sempre de perto pelo especialista. Ele analisará quais os passos devem ser seguidos conforme a individualidade de cada paciente.
Se você ainda tem dúvidas com relação a prótese mamária e linfoma, fale comigo, eu terei o maior prazer em atender e fazer uma avaliação.
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